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Belas Hara

Uma Senadora vs Mangás 'Criminosos'

Constadina Connie Bonaros
Constadina "Connie" Bonaros, membro da SA Best no Conselho Legislativo da Austrália do Sul e ex-chefe de gabinete de Stirling Griff, um senador também da Austrália do Sul que se fez famoso, trilhando os passos do seu "padrinho", resolveu perseguir as mídias japonesas, mais precisamente os mangas e animes que contenham conteúdo loli ou shota.

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Havia algo de Estranho no ar
Era 14 de junho de 2020, quando a publicadora estadunidense de mangás e graphic novels Yen Press anunciou em sua conta no Twitter que a Amazon havia decidido remover do site todas as light novels (LN) de No Game No Life. Confira a íntegra dessa nota (tradução livre):

Eromanga Sensei
Eromanga Sensei
Infelizmente, confirmamos com a Amazon que eles optaram por remover nossos títulos No Game No Life de sua plataforma.

Felizmente, existem outros varejistas, tanto físicos quanto digitais, que ficarão entusiasmados em ajudá-lo a apoiar esses títulos na forma de troca de dinheiro por mercadorias!

Sword Art Online
Sword Art Online
Acontece que a Amazon não deu sequer uma justificativa para tal ação, que parecia ser arbitrária. A saber, No Game No Life é uma obra de gênero ação, aventura, comédia, ecchi, fantasia e isekai, destinada ao público seinen (masculino adulto). A única coisa que podíamos imaginar era que a Amazon havia encrencado com o conteúdo loli em meio ao gênero ecchi. Mas, como essa poderia ser a explicação se o site da Amazon é repleto de mídia com conteúdo ecchi e loli? Não bastaria a referida LN na seção +18 do site?

Gato escondido com o Rabo de fora
Passados nove dias da estranha decisão da Amazon, uma famosa loja de livros localizada em Sidney, na Austrália, teve uma atitude semelhante, retirando não apenas No Game No Life das prateleiras, mas também outras seis mídias japonesas. A loja foi a Kinokuniya, que, ao contrário da forma como agiu a empresa multinacional estadunidense, revelou o motivo da sua atitude de censura: um pedido de remoção do material pelo legisladora australiana Connie Bonaros. Os títulos removidos foram:

Eromanga Sensei
→ Sword Art Online
Goblin Slayer
No Game No Life
→ Inside Mari (Boku wa Mari no Naka)
→ Parallel Paradise
→ Dragonar Academy

No Game No Life
No Game No Life
Confira íntegra do texto enviado pela Sra. Connie para Keijiro Mori, vice-presidente da Kinokuniya (tradução livre):

Caro Sr. Mori,

No início deste ano, escrevi ao seu presidente e CEO, Sr. Masashi Takai, levantando preocupações sobre o material de exploração infantil que está sendo vendido na livraria Kinokuniya em Sydney CBD. Minha investigação também encontrou outros pontos de venda bem conhecidos comercializando material ofensivo semelhante na loja física e on-line dentro da Austrália - e provavelmente no exterior, pela Internet.

O material ofensivo e ilegal foi encontrado em uma série de livros com representações de "crianças" de olhos arregalados - de estatura infantil, mas envolvidas em atividades sexuais extremamente explícitas. Alguns dos personagens, predominantemente femininos, nesses livros estão usando uniformes escolares e expressões inocentes enquanto se envolvem em atos sexuais às vezes violentos com personagens dominantes, incluindo incesto e estupro.

Apesar de estar claramente violando a definição de material de abuso e exploração infantil de acordo com a legislação estadual e da comunidade da Austrália, fiquei horrorizado com o fato de que o material de pornografia infantil esteja disponível gratuitamente na Austrália. Observando o nível extremo de preocupação, tanto nacional quanto internacionalmente, sobre a proteção e exploração infantil, pedi ao Sr. Takai que removesse imediatamente esses livros ofensivos da venda com urgência.

Você respondeu pessoalmente muito rapidamente às minhas preocupações, informando-me que Kinokuniya havia revisado e removido vários títulos "de nossas prateleiras, bem como de nosso catálogo online". Além disso, você informou que a empresa continuará monitorando os títulos em estoque para garantir que seu conteúdo seja adequado. Escrevo hoje para parabenizar Kinokuniya por tomar uma ação tão decisiva e imediata e por assumir um papel de liderança nesta área tão crítica. Também escrevo buscando alguns esclarecimentos sobre a remoção dos livros ofensivos. Especificamente, você pode informar se os títulos só foram retirados da venda em sua única loja na Austrália ou se a proibição é mais ampla.

Se for mais amplo, você pode fornecer uma lista dos países onde os títulos ofensivos foram removidos da venda. Se possível, você também pode fornecer uma lista do número de títulos de livros afetados por sua ação decisiva. Dada a disponibilidade aparentemente generalizada para venda deste tipo de material de exploração infantil ilegal, existe uma oportunidade poderosa para Kinokuniya assumir um papel de liderança global ao tomar uma posição no combate ao flagelo da exploração infantil global.

Mais uma vez, parabenizei Kinokuniya por essa ação forte e decisiva neste espaço. Vou continuar a manter um grande interesse na sua empresa. Juntos podemos fazer a diferença. Estou ansiosa para ouvir de você.

Com os melhores cumprimentos,
Exmo. Connie Bonaros MLC

Inside Mari (Boku wa Mari no Naka)
Inside Mari (Boku wa Mari no Naka)
Prontamente, Keijiro Mori respondeu reforçando que empresa iria seguir todas as leis do país em que suas lojas estivessem. Confira íntegra dessa resposta (tradução livre):

Em resposta à sua pergunta, a série abaixo foi removida da venda na loja de Sydney [...]

Isso equivale a várias centenas de títulos individuais.

Estamos nos comunicando com o Conselho de Classificação Australiano sobre esse assunto, para entender melhor qual conteúdo requer o envio para classificação. E continuamos monitorando os títulos que possuímos, bem como novos pedidos de materiais confidenciais. Compartilhamos a preocupação com esses problemas com a equipe da Sydney Store, que reagiu de forma proativa e agora está lidando com o problema em equipe.

Em termos de nossa atuação global, onde quer que nossas lojas estejam situadas, respeitamos a legislação e a cultura locais e tomamos decisões de compra respectivamente e de acordo com as necessidades.

Esperamos que isso responda a sua pergunta.
Keijiro Mori Vice-presidente Kinokuniya Company Ltd.

Parallel Paradise
Parallel Paradise
O que você acabou de ler foi o resumo de um claro ataque de censura feito nos bastidores contra mídias japonesas. Mas, essa não foi a primeira vez que algum personagem da Austrália tentou se levantar conta produções do Japão.

Recapitulando
Só para lembrar, o senador australiano Stirling Griff polemizou no início deste ano ao convocar o Conselho de Classificação Australiano para rever a classificação de todos os mangás e animes presentes na Austrália. Porém, sua atitude de censura foi impedida pelo próprio Conselho de Classificação do país.

Goblin Slayer
Goblin Slayer
Conhecendo Connie
Graduada em Direito e Artes (Grego Moderno e Política Social) pela Universidade de Adelaide, Connie Bonaros trabalhou como advogada de 2003 a 2006 até entrar para o ambiente político como gerente de campanha de Nick Xenophon, que viria a ser senador da Austrália do Sul de 2008 a 2017. Em 2007, Bonaros foi trabalhar no gabinete do político John Darley e de lá saiu para se juntar ao gabinete de Stirling Griff, quando ele foi eleito senador em 2016. Na campanha eleitoral de 2018, através do partido centrista dela SA-Best, ela ganhou sua atual cadeira na câmara alta.

Sabemos da existência dos Lolicons e Shotacons, pessoas criminosas que precisam ser identificadas e presas, e que, vez ou outra, surgem obras que não possuem justificativas além da pura e crua intensão pedofílica, as quais devem ser cerceadas pelo governo de sua país. Mas, isso em nada justifica a ação imparcial de apenas uma pessoa que, utilizando de seu cargo público e sem contatar os autores/responsáveis das obras em questão ou o governo japonês, tenta promover uma verdadeira ação de censura global contra tais obras que ela, claramente, mostra desconhecer.

Dragonar Academy
Dragonar Academy
Caso queira, você pode seguir Sra. Connie no Twitter. Mas, em relação a postura dela sobre essas mídias japonesas que ela mesma considera "criminosas", o que você acha? Deixe sua opinião nos comentários abaixo.


Fonte: Yen Press; Kotaku.

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