A miscigenação no Brasil gera as mais lindas e voluptuosas mulheres de todo o mundo, e sobre isso não há espaço para dúvidas. Em adição, depois de pés e pernas, a grande preferência nacional é a bunda. Então, nada mais justo que termos um concurso próprio para coroar aquele, entre tantos, que se destaque como o mais belo bumbum do Brasil. Conheça o Miss Bumbum.
Idealização
No ano de 2011, o jornalista, apresentador e empresário brasileiro maranhense Cacau Oliver, pegando inspiração no "Show Me Your Sloggi", um concurso mundial da marca de roupas íntimas Sloggi que, desde 2007, visa escolher um casal de modelos com as melhores ancas para estrelar as campanhas publicitárias do ano seguinte, criou o inusitado Miss Bumbum Brasil, descrevendo-o como um concurso de beleza focado na eleição do mais belo bumbum.
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Contextualizando, de acordo com uma pesquisa realizada pelos sites pornô Pornhub e Youporn em parceria com o jornal suíço 20 Minuten em 2014, foi revelado que a grande maioria dos brasileiros têm preferência por pés, pernas, bundas e pepecas, exatamente nessa ordem. Contudo, é bastante provável que um concurso sobre pés ou pernas não faça tanto sucesso na mídia, ao contrário daquele sobre bundas ou pepecas. Como pepecas seria algo muito pornô para se apresentar, é fácil concluir porque a bumbum é a melhor escolha.
Assim, o Miss Bumbum Brasil foi uma grande sacada de Cacau Oliver, virando os holofotes da mídia mundial para a uma das preferências do Brasil. No país, devido ao formato corpulento das mulheres, existe um ideal cultural de que a bunda deve ser grande, arredondada e muito mais bonita e encorpada do que aquela associada ao ideal europeu. E isso faz com que muitas mulheres recorram a procedimentos estéticos, muitas vezes perigosos, para se adequar ao "padrão". Em seu concurso, visando explicitar esse ideal natural, Oliver permitiu que as participantes tivessem realizado cirurgias estéticas em qualquer parte do corpo, à exceção das nádegas.
Evento Nacional
Quando foi lançado oficialmente em 2011, o concurso Miss Bumbum Brasil era uma disputa de moda que visava eleger o melhor bumbum do Brasil. E por este motivo, a competição contava com 27 participantes pré-selecionadas, cada uma representando um estado brasileiro e o distrito federal. Dessas 27 candidatas iniciais, 15 passavam para a 2ª fase mediante voto popular no site oficial da disputa. Ao final, as 15 finalistas participavam de uma grande cerimônia de encerramento e se apresentavam para a mesa de jurados, os quais as avaliavam em três aspectos: Estética no desfile, Elegância no desfile e Graciosidade no evento. As 3 mais bem avaliadas recebiam os prêmios em dinheiro (R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil resp.) e as faixas de misses, sendo que a primeira colocada ainda faturava um prêmio equivalente a R$ 50 mil em contratos publicitários.
Dessa forma, entre os anos de 2011 e 2018, foram realizadas 8 edições do evento nesse formato, totalizando 216 participantes que tiveram suas carreiras para sempre marcadas. As grandes vencedoras foram: Rosana Ferreira (Ceará - 2011); Carine Felizardo (Pará - 2012); Daiane Macedo (Goiás - 2013); Indianara Carvalho (Santa Catarina - 2014); Suzy Cortez (Distrito Federal - 2015); Erika Canela (Bahia - 2016); Rosie Oliveira (Amazonas - 2017); e Ellen Santana (Rondônia - 2018). O Miss Bumbum Brasil ficou bastante popular no país a partir de sua 4º edição.
Evento Internacional
Devido a imensa projeção que o Miss Bumbum Brasil ganhou na mídia ao longo dos anos, sendo destaque nos tabloides internacionais a cada edição, o concurso mudou de categoria, passando não mais a eleger a melhor bunda de um país, mas sim aquela considerada a melhor bunda do Planeta Terra. Então, em 30 de setembro de 2019, foi realizada a primeira edição do Miss Bumbum World, onde candidatas de todo o mundo tiveram a missão de representar países na busca pela coroa do bumbum.
O Miss Bumbum World 2019 foi realizado na Cidade do México, capital do país. Nessa primeira edição, o título de grande vencedora ficou com a brasileira Suzy Cortez, que também faturou um prêmio em dinheiro de R$ 50 mil. Já o título de vice Miss Bumbum ficou com a médica Rayane Laura, representante da França, e o terceiro lugar foi para Jéssica Lopes, que defendeu o Reino Unido.
A realização da segunda edição do Miss Bumbum World chegou a ser marcada para acontecer na Rússia, mas, em virtude da pandemia do novo coronavírus (COVID-19), ela foi convertida para um evento em ambiente totalmente digital. Por isso, no Miss Bumbum World 2020, todas as fases de classificação de candidatas e do crivo da mesa de jurados foram simplificadas numa única seleção a partir das fotos de todas as participantes. Segue fala de Cacau Oliver sobre o evento internacional:
Impacto na sociedade
Devido ao estrondoso sucesso do concurso Miss Bumbum vem alcançando, Cacau Oliver foi rotulado de "demiurgo pop" e "gênio criador de subcelebridades", ou seja, alguém capaz de projetar para a fama, da noite para o dia, mulheres até então desconhecidas pelo público. Assim, se algumas mulheres já tinham vontade de ter um "bumbum perfeito" apenas para causar, com o Miss Bumbum isso se tornou a grande chance da vida delas.
Em consequência da notoriedade temporária que as participantes recebem da mídia durante o evento, algumas delas conseguem contratos de fotos e de comerciais, podendo até conquistarem um lugar na fama. Entre essas participantes, podemos citar Dai Macedo, que hoje é empresária e influenciadora digital, Suzy Cortez, que virou famosa internacional, Andressa Urach, que virou uma apresentadora e cantora, Lucilene Caetano, que virou âncora do programa BandSports News, Babi Muniz, que virou atriz e funkeira, Jéssica Lopes, que virou a "Peladona de Congonhas", Laura Keller, que virou atriz, e Ana Paula Minerato e Sabrina Boing Boing, que ganharam impulso na carreira de modelo.
Porém, para a jornalista inglesa Daisy Donovan, concursos como o Miss Bumbum servem para humilhar publicamente as mulheres e transformá-las em objeto descartável de entretenimento. A declaração foi feita durante em entrevista para o site Daily Mail Online. No ano de 2013, Daisy investigou programas de TV no Brasil como parte de sua série "The Greatest Shows on Earth" para o Channel 4, que buscou revelar como "a televisão é a janela para a alma de uma nação", explorando o que a TV popular revelava sobre um país e sua cultura. Na oportunidade, a jornalista entrevistou Laura Keller que revelou:
Noutro momento da entrevista, a jornalista Daisy Donovan conseguiu a opinião da vila-velhense Ariane Steinkopf sobre como era ser uma Panicat:
Existe ainda o estigma social a ser enfrentado por todas aquelas que participaram do Miss Bumbum. Como exemplo disso, veja o que disse Graciella Carvalho (MA) um anos após sua participação na primeira edição do concurso:
Tanto o comentário de Ariane Steinkopf, hoje modelo e nutricionista brasileira, apesar de estar se referindo aos jogos vexatórios com Panicats no cancelado programa humorístico Pânico na Band (2012-2017), e de Graciella Carvalho reforçam a imagem que Daisy pintou em relação ao concurso Miss Bumbum, sobre o qual ela chamou de degradante "banquete de carne" da televisão.
Agora veja uma opinião do próprio Cacau Oliver sobre seu concurso, durante entrevista para o site EGO, em setembro de 2014:
Na oportunidade, Cacau Oliver ainda explicou que sua intenção não era vender o conceito de "mulher brasileira bunduda", mas, pelo contrário, mostrar que as "gostosonas" são muito mais que isso.
Polêmicas
Enquanto cresce em fama como o concurso mais popular do Brasil, o Miss Bumbum de Cacau Oliver também cresce em polêmicas. Segue abaixo um resumo das principais manchetes que tentaram manchar a imagem do evento.
A primeira delas começou logo na segunda edição do concurso, em 2012, quando a organização passou a aceitar a entrada de candidatas transexuais, baseando-se no Miss Canadá de 2012, que permitiu a participação da canadense transexual operada Jenna Talackova com a justificativa de que homens que mudaram de sexo merecem o mesmo tratamento de qualquer outra mulher. A candidata classificada "trans" neste ano foi a Amanda Sampaio (BA). Isso causou - e ainda causa - indignação entre as concorrentes, as quais alegam que, enquanto elas (mulheres) precisam malhar mais para ter o bumbum perfeito, a genética dos homens reduz a chance de celulites.
A segunda foi durante a terceira edição do evento, em 2013, quando o jornal O Dia do Brasil pôs em xeque a lisura do evento ao noticiar a denúncia de algumas candidatas, entre elas Poliana Lopes (RN) e Sheyla Mell (CE), de que as concorrentes Mari Sousa (RS) e Eliana Amaral (PE) teriam pago suborno antecipado aos juízes para comprar o 1º e 2º lugar do concurso. A denúncia ainda alegava que o bumbum de Eliana Amaral não era natural pois já tinha recebido implantes. A organização do Miss Bumbum rebateu a acusação e garantiu que a credibilidade da disputa. Por fim, o resultado do concurso terminou com Dai Macedo (GO) em 1º, Eliana Amaral em 2º e Jéssica Amaral (PA) em 3º. Dessa forma, a acusação foi parcialmente confirmada, uma vez que Eliana Amaral ficou realmente com a segunda colocação e o exame de raio-X dela não teria sido refeito.
A terceira polêmica remontou o tema da transexualidade. Acontece que, uma das regras do concurso Miss Bumbum para se aceitar a participação de candidatas transexuais é que elas tenham feito a cirurgia de redesignação sexual (mudança de sexo), do contrário elas nem poderiam ser chamadas de "trans". E assim, a sétima edição da disputa, em 2017, precisou desclassificar uma candidata transexual selecionada, de nome não revelado, ao descobrir que ela havia omitido a informação de não ter realizado a mudança de sexo. Quando essa informação caiu na mídia, choveram ataques aos organizadores do concurso, chamando-os de transfóbicos e dizendo que as regras para inscrição não eram claras.
No durante a sétima edição do Miss Bumbum veio a quarta polêmica que consistia em fraude na fase da votação popular online, onde candidatas estariam utilizando robôs para gerar milhares de votos para elas durante as madrugadas. A denúncia partiu de duas concorrentes, Jane Ferreira (PE) e Deyse Campos (CE), que revelaram que essa prática desleal já havia ocorrido em outras edições e que Cacau Oliver tinha ciência disso. A organização confirmou que o sistema era do site era realmente frágil e, após investigação da denúncia, puniu seis candidatas no total, incluindo uma das denunciantes. As candidatas punidas foram Pietra Maya (Paraná), Rosie Oliveira (Amazonas), Hellen Cristyan (Maranhão), Jane Ferreira (Pernambuco), Nayara Godoy (Goiás) e Grazy Alves (Bahia). A punição para cada uma delas foi a perda de 40 mil.
A quinta polêmica foi sobre... transexuais. Em 2018, a oitava e última edição nacional do Miss Bumbum contou com duas candidatas trans entre as 25 selecionadas, Paula Oliveira (AM) e Giovanna Spinella (RN). As atitudes transfóbicas foram mais fortes dessa vez e uma das candidatas cisgênero chegou a abandonar o concurso em protesto contra a entrada de Paula e Giovanna na disputa. O evento continuou e apenas Paula Oliveira conseguiu passar para a 2ª fase como uma das 15 finalistas, revelando que sofreu com a indiferença das demais concorrentes que nem com ela falavam. Ao final, Paula ficou com o terceiro lugar.
A sexta polêmica veio justamente na grande final do Miss Bumbum 2018, quando a vencedora Ellen Santana (RO) teve sua faixa de campeã arrancada pela concorrente Aline Uva (RS) sob a alegação de que seu bumbum era siliconado e de que a disputa era comprada. As duas protagonizaram uma briga em pleno palco, acompanhada pelos olhares perplexos das demais participantes. No dia seguinte ao ocorrido, Cacau Oliver reafirmou a lisura do concurso e apontou que a indignação da candidata Aline pode ter sido porque ela, apesar de ter ganhado na votação popular, perdeu na decisão dos jurados, o que, segundo ele, já se repete desde a primeira edição do Miss Bumbum.
Independente se todos gostam ou não, o concurso Miss Bumbum invadiu com força a cultura popular e demostra que ficará por um bom tempo. Já teve médica que largou o jaleco para participar da disputa, modelo que "desfez" cirurgia para entrar na competição, candidata evangélica que foi chamada de "Miss Bumbum do Capeta" e pessoas que clamam pela realização de uma edição especial desse evento somente para atrizes famosas, o qual elas chamam de "Miss Bumbum Celebridade". E você, o que acha do Miss Bumbum? Deixe sua opinião no campo de comentários abaixo.
Idealização
No ano de 2011, o jornalista, apresentador e empresário brasileiro maranhense Cacau Oliver, pegando inspiração no "Show Me Your Sloggi", um concurso mundial da marca de roupas íntimas Sloggi que, desde 2007, visa escolher um casal de modelos com as melhores ancas para estrelar as campanhas publicitárias do ano seguinte, criou o inusitado Miss Bumbum Brasil, descrevendo-o como um concurso de beleza focado na eleição do mais belo bumbum.
Você também pode se interessar:
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→ Postagem Rumpologia - O Futuro está nas Nádegas
→ Postagem Miss Bumbum 2020
Contextualizando, de acordo com uma pesquisa realizada pelos sites pornô Pornhub e Youporn em parceria com o jornal suíço 20 Minuten em 2014, foi revelado que a grande maioria dos brasileiros têm preferência por pés, pernas, bundas e pepecas, exatamente nessa ordem. Contudo, é bastante provável que um concurso sobre pés ou pernas não faça tanto sucesso na mídia, ao contrário daquele sobre bundas ou pepecas. Como pepecas seria algo muito pornô para se apresentar, é fácil concluir porque a bumbum é a melhor escolha.
Rosana Ferreira (Vencedora), Graciella Carvalho (2ª col.) e Mariana Freitas (3ª col.) em 2011 |
Assim, o Miss Bumbum Brasil foi uma grande sacada de Cacau Oliver, virando os holofotes da mídia mundial para a uma das preferências do Brasil. No país, devido ao formato corpulento das mulheres, existe um ideal cultural de que a bunda deve ser grande, arredondada e muito mais bonita e encorpada do que aquela associada ao ideal europeu. E isso faz com que muitas mulheres recorram a procedimentos estéticos, muitas vezes perigosos, para se adequar ao "padrão". Em seu concurso, visando explicitar esse ideal natural, Oliver permitiu que as participantes tivessem realizado cirurgias estéticas em qualquer parte do corpo, à exceção das nádegas.
Evento Nacional
Quando foi lançado oficialmente em 2011, o concurso Miss Bumbum Brasil era uma disputa de moda que visava eleger o melhor bumbum do Brasil. E por este motivo, a competição contava com 27 participantes pré-selecionadas, cada uma representando um estado brasileiro e o distrito federal. Dessas 27 candidatas iniciais, 15 passavam para a 2ª fase mediante voto popular no site oficial da disputa. Ao final, as 15 finalistas participavam de uma grande cerimônia de encerramento e se apresentavam para a mesa de jurados, os quais as avaliavam em três aspectos: Estética no desfile, Elegância no desfile e Graciosidade no evento. As 3 mais bem avaliadas recebiam os prêmios em dinheiro (R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil resp.) e as faixas de misses, sendo que a primeira colocada ainda faturava um prêmio equivalente a R$ 50 mil em contratos publicitários.
Carine Felizardo (Vencedora), Andressa Urach (2ª col.) e Camila Vernaglia (3ª col.) em 2012 |
Dessa forma, entre os anos de 2011 e 2018, foram realizadas 8 edições do evento nesse formato, totalizando 216 participantes que tiveram suas carreiras para sempre marcadas. As grandes vencedoras foram: Rosana Ferreira (Ceará - 2011); Carine Felizardo (Pará - 2012); Daiane Macedo (Goiás - 2013); Indianara Carvalho (Santa Catarina - 2014); Suzy Cortez (Distrito Federal - 2015); Erika Canela (Bahia - 2016); Rosie Oliveira (Amazonas - 2017); e Ellen Santana (Rondônia - 2018). O Miss Bumbum Brasil ficou bastante popular no país a partir de sua 4º edição.
Evento Internacional
Devido a imensa projeção que o Miss Bumbum Brasil ganhou na mídia ao longo dos anos, sendo destaque nos tabloides internacionais a cada edição, o concurso mudou de categoria, passando não mais a eleger a melhor bunda de um país, mas sim aquela considerada a melhor bunda do Planeta Terra. Então, em 30 de setembro de 2019, foi realizada a primeira edição do Miss Bumbum World, onde candidatas de todo o mundo tiveram a missão de representar países na busca pela coroa do bumbum.
O Miss Bumbum World 2019 foi realizado na Cidade do México, capital do país. Nessa primeira edição, o título de grande vencedora ficou com a brasileira Suzy Cortez, que também faturou um prêmio em dinheiro de R$ 50 mil. Já o título de vice Miss Bumbum ficou com a médica Rayane Laura, representante da França, e o terceiro lugar foi para Jéssica Lopes, que defendeu o Reino Unido.
Dai Macedo (Vencedora), Eliana Amaral (2ª col.) e Jessica Amaral (3ª col.) em 2013 |
A realização da segunda edição do Miss Bumbum World chegou a ser marcada para acontecer na Rússia, mas, em virtude da pandemia do novo coronavírus (COVID-19), ela foi convertida para um evento em ambiente totalmente digital. Por isso, no Miss Bumbum World 2020, todas as fases de classificação de candidatas e do crivo da mesa de jurados foram simplificadas numa única seleção a partir das fotos de todas as participantes. Segue fala de Cacau Oliver sobre o evento internacional:
Devíamos uma edição para os mexicanos, sempre fomos apoiados no México, agora vamos iniciar as sedes europeias, começando pela Rússia que também sempre abriu portas para o concurso", declarou.
Impacto na sociedade
Devido ao estrondoso sucesso do concurso Miss Bumbum vem alcançando, Cacau Oliver foi rotulado de "demiurgo pop" e "gênio criador de subcelebridades", ou seja, alguém capaz de projetar para a fama, da noite para o dia, mulheres até então desconhecidas pelo público. Assim, se algumas mulheres já tinham vontade de ter um "bumbum perfeito" apenas para causar, com o Miss Bumbum isso se tornou a grande chance da vida delas.
Indianara Carvalho (Vencedora), Claudia Alende (2ª col.) e Ana Flávia (3ª col.) em 2014 |
Em consequência da notoriedade temporária que as participantes recebem da mídia durante o evento, algumas delas conseguem contratos de fotos e de comerciais, podendo até conquistarem um lugar na fama. Entre essas participantes, podemos citar Dai Macedo, que hoje é empresária e influenciadora digital, Suzy Cortez, que virou famosa internacional, Andressa Urach, que virou uma apresentadora e cantora, Lucilene Caetano, que virou âncora do programa BandSports News, Babi Muniz, que virou atriz e funkeira, Jéssica Lopes, que virou a "Peladona de Congonhas", Laura Keller, que virou atriz, e Ana Paula Minerato e Sabrina Boing Boing, que ganharam impulso na carreira de modelo.
Porém, para a jornalista inglesa Daisy Donovan, concursos como o Miss Bumbum servem para humilhar publicamente as mulheres e transformá-las em objeto descartável de entretenimento. A declaração foi feita durante em entrevista para o site Daily Mail Online. No ano de 2013, Daisy investigou programas de TV no Brasil como parte de sua série "The Greatest Shows on Earth" para o Channel 4, que buscou revelar como "a televisão é a janela para a alma de uma nação", explorando o que a TV popular revelava sobre um país e sua cultura. Na oportunidade, a jornalista entrevistou Laura Keller que revelou:
No Brasil, para trabalhar na TV e na mídia, precisamos entrar pela porta dos fundos, o que significa que precisamos antes de tudo mostrar a nossa beleza. Assim que entrar na porta, você será capaz de mostrar suas habilidades intelectuais.
Suzy Cortez (Vencedora), Camila Gomes (2ª col.) e Dani Sperle (3ª col.) em 2015 |
Noutro momento da entrevista, a jornalista Daisy Donovan conseguiu a opinião da vila-velhense Ariane Steinkopf sobre como era ser uma Panicat:
Para ser honesta, você é humilhada, mas ao mesmo tempo tem o status que vem com isso, então você acaba se esquecendo da humilhação porque você está na TV e tem uma boa audiência.
Existe ainda o estigma social a ser enfrentado por todas aquelas que participaram do Miss Bumbum. Como exemplo disso, veja o que disse Graciella Carvalho (MA) um anos após sua participação na primeira edição do concurso:
Comecei minha carreira artística ao participar de um concurso sensual [o Miss Bumbum]. Fiquei conhecida e acabei indo para a televisão. Hoje quero mostrar para o mundo que não sou só um bumbum. Tenho talento e vou conquistar cada vez mais o meu espaço.
Campanhas polêmicas do Miss Bumbum - Santa Ceia |
Tanto o comentário de Ariane Steinkopf, hoje modelo e nutricionista brasileira, apesar de estar se referindo aos jogos vexatórios com Panicats no cancelado programa humorístico Pânico na Band (2012-2017), e de Graciella Carvalho reforçam a imagem que Daisy pintou em relação ao concurso Miss Bumbum, sobre o qual ela chamou de degradante "banquete de carne" da televisão.
Agora veja uma opinião do próprio Cacau Oliver sobre seu concurso, durante entrevista para o site EGO, em setembro de 2014:
Campanhas polêmicas do Miss Bumbum - Santa Ceia |
Não acredito em estereótipos e sim em mudá-los. Temos o caso de uma Miss Bumbum [Andressa Urach] que hoje apresenta um programa de TV em canal aberto. A bunda pode ser o pretexto, mas o que você pode fazer depois da sua vida é você que escolhe.
Na oportunidade, Cacau Oliver ainda explicou que sua intenção não era vender o conceito de "mulher brasileira bunduda", mas, pelo contrário, mostrar que as "gostosonas" são muito mais que isso.
Cacau Oliver e as Misses Bumbum |
Polêmicas
Enquanto cresce em fama como o concurso mais popular do Brasil, o Miss Bumbum de Cacau Oliver também cresce em polêmicas. Segue abaixo um resumo das principais manchetes que tentaram manchar a imagem do evento.
A primeira delas começou logo na segunda edição do concurso, em 2012, quando a organização passou a aceitar a entrada de candidatas transexuais, baseando-se no Miss Canadá de 2012, que permitiu a participação da canadense transexual operada Jenna Talackova com a justificativa de que homens que mudaram de sexo merecem o mesmo tratamento de qualquer outra mulher. A candidata classificada "trans" neste ano foi a Amanda Sampaio (BA). Isso causou - e ainda causa - indignação entre as concorrentes, as quais alegam que, enquanto elas (mulheres) precisam malhar mais para ter o bumbum perfeito, a genética dos homens reduz a chance de celulites.
Erika Canella (Vencedora), Danny Morais (2ª col.) e MC Sexy (3ª col.) em 2016 |
A segunda foi durante a terceira edição do evento, em 2013, quando o jornal O Dia do Brasil pôs em xeque a lisura do evento ao noticiar a denúncia de algumas candidatas, entre elas Poliana Lopes (RN) e Sheyla Mell (CE), de que as concorrentes Mari Sousa (RS) e Eliana Amaral (PE) teriam pago suborno antecipado aos juízes para comprar o 1º e 2º lugar do concurso. A denúncia ainda alegava que o bumbum de Eliana Amaral não era natural pois já tinha recebido implantes. A organização do Miss Bumbum rebateu a acusação e garantiu que a credibilidade da disputa. Por fim, o resultado do concurso terminou com Dai Macedo (GO) em 1º, Eliana Amaral em 2º e Jéssica Amaral (PA) em 3º. Dessa forma, a acusação foi parcialmente confirmada, uma vez que Eliana Amaral ficou realmente com a segunda colocação e o exame de raio-X dela não teria sido refeito.
A terceira polêmica remontou o tema da transexualidade. Acontece que, uma das regras do concurso Miss Bumbum para se aceitar a participação de candidatas transexuais é que elas tenham feito a cirurgia de redesignação sexual (mudança de sexo), do contrário elas nem poderiam ser chamadas de "trans". E assim, a sétima edição da disputa, em 2017, precisou desclassificar uma candidata transexual selecionada, de nome não revelado, ao descobrir que ela havia omitido a informação de não ter realizado a mudança de sexo. Quando essa informação caiu na mídia, choveram ataques aos organizadores do concurso, chamando-os de transfóbicos e dizendo que as regras para inscrição não eram claras.
Rosie Oliveira (Vencedora), Raíssa Barbosa (2ª col.) e Jane Ferreira (3ª col.) em 2017 |
No durante a sétima edição do Miss Bumbum veio a quarta polêmica que consistia em fraude na fase da votação popular online, onde candidatas estariam utilizando robôs para gerar milhares de votos para elas durante as madrugadas. A denúncia partiu de duas concorrentes, Jane Ferreira (PE) e Deyse Campos (CE), que revelaram que essa prática desleal já havia ocorrido em outras edições e que Cacau Oliver tinha ciência disso. A organização confirmou que o sistema era do site era realmente frágil e, após investigação da denúncia, puniu seis candidatas no total, incluindo uma das denunciantes. As candidatas punidas foram Pietra Maya (Paraná), Rosie Oliveira (Amazonas), Hellen Cristyan (Maranhão), Jane Ferreira (Pernambuco), Nayara Godoy (Goiás) e Grazy Alves (Bahia). A punição para cada uma delas foi a perda de 40 mil.
A quinta polêmica foi sobre... transexuais. Em 2018, a oitava e última edição nacional do Miss Bumbum contou com duas candidatas trans entre as 25 selecionadas, Paula Oliveira (AM) e Giovanna Spinella (RN). As atitudes transfóbicas foram mais fortes dessa vez e uma das candidatas cisgênero chegou a abandonar o concurso em protesto contra a entrada de Paula e Giovanna na disputa. O evento continuou e apenas Paula Oliveira conseguiu passar para a 2ª fase como uma das 15 finalistas, revelando que sofreu com a indiferença das demais concorrentes que nem com ela falavam. Ao final, Paula ficou com o terceiro lugar.
Ellen Santana (Vencedora), Flávia Tamaio (2ª col.) e Paula Oliveira (3ª col.) em 2018 |
A sexta polêmica veio justamente na grande final do Miss Bumbum 2018, quando a vencedora Ellen Santana (RO) teve sua faixa de campeã arrancada pela concorrente Aline Uva (RS) sob a alegação de que seu bumbum era siliconado e de que a disputa era comprada. As duas protagonizaram uma briga em pleno palco, acompanhada pelos olhares perplexos das demais participantes. No dia seguinte ao ocorrido, Cacau Oliver reafirmou a lisura do concurso e apontou que a indignação da candidata Aline pode ter sido porque ela, apesar de ter ganhado na votação popular, perdeu na decisão dos jurados, o que, segundo ele, já se repete desde a primeira edição do Miss Bumbum.
Suzy Cortez (Vencedora), Rayane Laura (2ª col.) e Jéssica Lopes (3ª col.) em 2019 |
Independente se todos gostam ou não, o concurso Miss Bumbum invadiu com força a cultura popular e demostra que ficará por um bom tempo. Já teve médica que largou o jaleco para participar da disputa, modelo que "desfez" cirurgia para entrar na competição, candidata evangélica que foi chamada de "Miss Bumbum do Capeta" e pessoas que clamam pela realização de uma edição especial desse evento somente para atrizes famosas, o qual elas chamam de "Miss Bumbum Celebridade". E você, o que acha do Miss Bumbum? Deixe sua opinião no campo de comentários abaixo.
Campanhas polêmicas do Miss Bumbum - Freira Andressa Urach |
Fonte: MissBumbumBrasil; PornHub; Daily Mail Online; Cacau Oliver; EGO; Extra Online.
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