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Belas Hara

Barbarella - A Sexy Symbol Astronauta

Barbarella - A Sexy Symbol Astronauta

Barbarella é uma jovem astronauta que viaja entre planetas, usando seu estonteante corpo e toda sua sexualidade para seduzir e derrotar seus inimigos. As aventuras eróticas da bela agente espacial ninfomaníaca do século XL provoca não apenas seus oponentes, mas a toda sociedade machista da década de 60, a qual seria para sempre transformada.

Tudo começou no ano de 1962, quando o ilustrador e escritor francês Jean-Claude Forest (11/09/1930 - 29/12/1998), que na época já era considerado o principal ilustrador de ficção científica da França por contribuir com numerosas capas para a revista Fiction (a edição francesa da F & SF) e para a impressão em brochura Le Rayon Fantastique além de contribuir com uma versão ilustrada do clássico Shambleau de Catherine L. Moore (24/01/1911 - 4/04/1987) em 1955 para a V-Magazine, foi requisitado por Georges H. Gallet, seu editor, para criar uma personagem para ser serializado na V-Magazine. Deste modo, Barbarella passou a ser publicado como uma tira nas revistas V Magazine, Evergreen Review e Heavy Metal, até que, em 1964, Éric Losfeld reuniu essas tiras e publicou como um livro autônomo intitulado Barbarella.

No momento em qual o romance gráfico Barbarella (1964) foi lançado, a literatura mundial apenas conhecia a personagem feminina figurante assexual, motivo pelo qual este livro escandalizou a sociedade francesa e logo foi proibido. Muito embora desde o ano de 1920, os EUA já produzissem os gibis eróticos Tijuana bibles (ou Bíblias de Tijuana), nada era como Barbarella, que, apesar de apresentar erotismo leve, ficou conhecida como sendo o primeiro gibi "adulto" (pornográfico). Contudo, em meio aos efeitos da "segunda onda" do movimento feminista, o país foi aos poucos aceitando e orgulhando-se da heroína Barbarella, a personificação da mulher não escrava, permitindo que esta conquistasse não apenas a Europa, mas todo o mundo como uma espécie de ícone do movimento feminista, sendo até considerada na época como um "James Bond de saias". Ela era simplesmente uma jovem loira destemida de 28 anos que colocava em pânico a população masculina de toda a galáxia.

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Para Forest, Barbarella encarnava a mulher moderna emancipada na era da libertação sexual
Um artigo publicado na Folha de S.Paulo, em 14/08/1967, traduz bem o sentimento da época: "A heroína criada por Forest é, antes de tudo, uma mulher escandalosamente linda e completamente desinibida. Loira, pernas longas, corpo fino, seios firmes, olhos inquietos, boca sensualíssima, cabeleira sempre em desalinho esparramada sobre o ombro e os olhos. Fisicamente por ser considerada como a Vênus do nosso tempo: imediatista, sensorial, intuitiva, amoral. Pode ser tomada como um símbolo do século na medida em que a mulher pretende ser total, um ser com autonomia para decidir tudo a seu modo, independente, criador, não escravo. Na realidade, é um desafio que intimida. Seus princípios básicos são as causas do seu sucesso. Para ela, o sexo deve ser mais efetivo: a roupa existe fundamentalmente para ser tirada; a roupa intima é coisa obsoleta; não é preciso ser humano, porque os robôs também se entusiasmam para ver a graça que o sexo frágil tem". Barbarella chegou chegando.

O sucesso do primeiro livro de Barbarella foi tamanho que ele virou best-seller e foi rapidamente traduzido para outras 12 línguas, conquistando assim leitores de todo o planeta enquanto abria caminho para uma nova forma de HQs. Impulsionadas por este triunfo, várias heroínas eróticas logo surgiram nos quadrinhos, não apenas da França, mas de todo o mundo, como foi o caso de Jodelle (1966) e Pravda (1968) de Guy Peellaert, Vampirella (1969) de Forrest J Ackerman, Valentina (1965) de Guido Crepax, Modesty Blaise (1963) de Peter O'Donnell, Phoebe Zeit-Geist (1965) de Michael O'Donoghue, Isabella (1966) de Giorgio Cavedon e Saga de Xam (1967) de Jean Rollin, o que acabou por contribuir de uma certa forma com a revolução sexual/cultural dos anos 60. Posteriormente, outras personagens foram também concebidas bebendo da fonte do sucesso de Barbarella, como por exemplo a Druuna (1985) de Paolo Eleuteri Serpieri.

O momento para Barbarella no cinema chegou em 1968, quando o cineasta francês Roger Vadim (26/01/1928 - 11/02/2000) adaptou o primeiro livro da heroína para um grande e rentável filme homônimo, estrelado por Jane Fonda e tendo o próprio Forest como consultor de design. Aqui no Brasil, o primeiro livro de Barbarella só veio chegar em 1969, em meio ao favorável ambiente da ditadura militar, sendo publicado pela Linográfica Editora e contando com a tradução do ilustríssimo Jô Soares. Inclusive, sua capa continha o cartaz do filme Barbarella (1968), sendo considerado por muitos colecionadores de quadrinhos uma relíquia.

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Os quatro romances gráficos de Barbarella em ordem de lançamento.

Barbarella recebeu ao todo quatro romances gráficos. No primeiro livro, intitulado Barbarella, Le Terrain Vague (1964), acompanhamos as aventuras de Barbarella no planeta Lythion, enquanto ela tenta resgatar o cientista Durand Durand das garras da malvada Rainha Negra. No segundo volume, o Les Colères du Mange-Minutes (1974), a sensual astronauta, agora proprietária de um circo espacial, explora um planeta de tempo lento. No terceiro e quarto volumes, Le Semble-Lune (1977) e Le Miroir aux Tempêtes (1982), respectivamente, ela se casa e tem um filho. Esses quatro livros foram posteriormente atualizados e reimpressos por editores como Dargaud e Les Humanoïdes Associés. Em 1971, surge um spin-off, quando a personagem entra como atriz convidada na revista Mystérieuse, Matin, Midi et Soir (originalmente serializada na revista Pif, 1971; edição de livro de Serg, 1972) e vemos uma Barbarella mais velha resgatar o Prof. Alizarine e seus amigos, presos em um Planeta Misterioso.

As primeiras traduções das histórias da heroína para o inglês foram publicadas nas revistas Evergreen Review e Heavy Metal, pelo tradutor estadunidense Richard Seaver, sendo que, a partir daí, várias outras foram surgindo com atualizações. No Brasil, os livros foram publicados pelo selo Jupati Books da Marsupial Editora, com tradução de Pedro Bouça e prefácio do jornalista Gonçalo Júnior, em 2015.

Durante a saga de Barbarella, encontramos alguns personagens singulares, como o Professor Ping, um velho caolho gentil que ajuda nossa heroína; Pygar, um benevolente "anjo" cego; o cientista Dr. Durand Durand (a banda inglesa de new wave Duran Duran inspirou-se nesse nome quando formada em 1978); Rainha Negra, a vilã que reina na cidade de Sogo; Lio, uma adolescente de cabelos castanhos salva por Barbarella (a cantora e atriz pop belga Lio pegou seu nome dessa personagem); Mado, uma ginóide prostituta cujo "colapso" Barbarella repara; Narval, um "aiguiote" (homem aquático); e L'artiste, um autorretrato de Jean-Claude Forest, como quem Barbarella tem um filho no quarto livro.

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Imagens originais da adaptação animada de Barbarella.

Em 1996, o estadunidense autor de hqs Mark Evanier tentou viabilizar um crossover que iria juntar Barbarella e Medusa dos Inumanos (Marvel comics), mas, devido a questões legais, não teve êxito. Ainda nos anos 90, uma versão animada da icônica personagem de Forest chegou a ser concluída pelo produtor canadense Nelvana, mas nunca foi lançado. Um musical foi produzido no ano de 2004, escrito pelo compositor britânico Dave Stewart. Por volta do ano de 2012, o estúdio Gaumont International Television, em conjunto com o cineasta Nicolas Winding Refn, Martha DeLaurentiis, Julien Forest e Jean-Marc Lofficier, anunciou que estavam se reunindo para produzir uma série de tv de Barbarella. Em 2016, Refn comentou em entrevista que tinha maior interesse em desenvolver The Neon Demon do que Barbarella, concluindo que "é melhor deixar certas coisas intocadas. Você não precisa refazer tudo".

A Dynamite Entertainment lançou uma nova série de quadrinhos de Barbarella, escrito pelo britânico autor de hqs Mike Carey e com arte do turco Kenan Yarar, em dezembro de 2017, coincidindo com o ano em que se comemorou o 55º aniversário da famosa personagem de Forest. O francês autor de livros Jean-Marc Lofficier - guardião de longa data do personagem Barbarella - se juntou a Carey neste projeto como supervisor. No mundo dos gamers, com exceção de um card game meia-boca que a Warp Spawn Games lançou em 2007, Barbarella ainda não recebeu um jogo à altura. Em 2018, a banda Clutch lançou a música "In Walks Barbarella", do albúm Book of Bad Decisions, e em seu vídeo o cantor Neil Fallon tem um encontro mortal e eletrizante com Barbarella.


Barbarella dynamite
Oh, não! São tentáculos!!
Barbarella - A Sexy Symbol Astronauta

Barbarella - A Sexy Symbol Astronauta

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Barbarella reparando o "colapso" da ginóide prostituta Mado.

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Fim da carreira??
Barbarella - A Sexy Symbol Astronauta

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As femmes fatales Barbarella e Dejah Thoris.

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Barbarella Les Humanoïdes associés
Reimpressão pela Les Humanoïdes associés.

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Ah, não, velho! Tentáculos novamente!


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